Sites Grátis no Comunidades.net

EntrePontes









Total de visitas: 4669
Reflexões

"28 de Outobro - Lição de Vida

Nunca sabemos o que o dia que vamos ter, e o de hoje, para mim foi inesquecível.
Hoje era apenas mais um daqueles dias, em que a melancolia, as saudades de quem não merece, a vontade de desaparecer, as dores físicas e emotivas me atormentavam. Mas houve alguém, que nem eu sei bem quem foi - foi a primeira vez que o vi e nem o nome perguntei - que mudou o dia e o meu mundo.
Por isso gostava muito de agradecer ao menino (cujo nome eu desconheço), que hoje, me devolveu o sorriso e a força de viver.
E, apesar dos poucos segundos que falamos, apesar do pouco contacto que tivemos.. fizeste-me acreditar, fizeste-me ver que nunca podemos desistir e que embora os meus problemas, para mim, pareçam ser dos mais graves do mundo, há coisas bens piores e mesmo assim as pessoas não desistem, lutam e conquistam.
Mesmo sem quereres, sem intenção, tocas-me..marcaste-me e ensinas-te e só por isso o dia de hoje já foi especial.
Provavelmente, nunca lerás este texto nem saberás que existe, e nunca saberás o quanto, hoje, eu te agradeço. Mas não importa. Tentarei retribuir.
Com o trabalho que estamos a desenvolver, cada vez mais, tenho sentido que antes de ajudarmos os outros, são eles que nos estão nos ajudar. E que antes de um trabalho de solidariedade, será um trabalho com um grande valor emocional.
Acho que nunca vou esquecer o teu sorriso. E prometo que voltarei para te visitar, meu anjo.
OBRIGADA.


Rita Barbedo






Dia 31 de Outobro - O primeiro sorriso!


Na quarta-feira, dia 28 de Outubro, eu e o meu grupo o “EntrePontes” tínhamos uma visita marcada para ir conhecer a instituição CERCITOP em Sintra, planeamos tudo muito bem. Qual o transporte que íamos utilizar (de modo a não chegarmos atrasados) até comentamos “ temos de ir bem vestidos”, ou seja, tivemos imenso cuidado para não passarmos uma má impressão.
Chegamos às 15h ou um pouco antes, sem os ditos atrasos, com tantos nervos que nos riamos por isto e por aquilo, sem qualquer razão aparente.
Entrámos na instituição e esperámos que a D. Elisabete nos fosse atender, até que um menino muito envergonhado, como ele nos disse, apareceu para levar um caixote de tampas, para junto dos colegas.
Não quero desenvolver muito, mas resumidamente, foi a paixão da Rita… a maneira de ele falar, as palavras doces que lhe saiam … qualquer um se apaixonava.
Bem começava aqui a nossa ligação com estas pessoas especiais.
Entretanto, chegou a D. Elisabete, levou-nos a conhecer todas as divisões da instituição começando pela sala de trabalhos manuais, ou seja, onde os nossos novos amigos montavam peças, tampas, coisas muito variadas mas, o mais interessante não foram as peças mas sim as pessoas que naquela mesa estavam sentadas a montar aquelas peças. Logo que entramos sentiu-se uma breve agitação por parte deles (obvio somos desconhecidos aos seus olhos) mas receberam nos com todo o prazer, e então apresentamo-nos e perguntamos o que estavam a fazer, houve um voluntario, um rapaz forte e muito simpático, explicou-nos qual o objectivo daquela montagem e como se fazia, enquanto a explicação decorria, eu encontrava-me á frente de um rapaz que sorria como se o mundo fosse perfeito, como se não houvesse guerras para lá das paredes do “abrigo” dele, como se não houvesse tristeza, como se não houvesse discriminação, portanto, como se o mundo fosse uma historia encantada que termina sempre com as personagens felizes.
Apaixonei-me por este menino com o nome de Tiago, Tiago quê? Não sei o nome completo, mas sinceramente também não importa muito, o que interessa é que se chama Tiago o rapaz que me fez fixar o olhar sem o desviar com as atenções só para ele durante segundos.
Enquanto os meus colegas observavam como se montavam aquelas peças e ouviam as explicações eu francamente não ouvi, mas com as desculpas mais verdadeiras, estava somente a ouvir e a ver o que o Tiago fazia e dizia ..”está bom?” era o que ele me perguntava enquanto montava aqueles acessórios e eu respondia “ sim sim ” e ele lá continuava a ocupar o seu tempo e a rir-se como se não houvesse amanha. Mas sim foi este sorriso que me fez ficar a pensar nele, a pensar como seria o seu nome, como seria o seu dia-a-dia, como seria a sua personalidade, e principalmente se ele era feliz.
Eu sei que o significado da palavra “feliz” para ele não deverá ser o mesmo que o meu, mas no fundo eu até gostaria de ter a visão que ele tem de um mundo feliz, para puder sorrir ás pessoas que eu mal conheço com a mesma intensidade que ele.
O meu objectivo sem dúvida alguma vai ser conhecer este sorriso grande que o Tiago me proporcionou em breves segundos
.


Nádia Ferreira